Entre o visível e o invisível, alguns tensionamentos entre o campo social e a Educação Patrimonial Contemporânea
Palavras-chave:
Educação Patrimonial, História Urbana, Patrimônio CulturalResumo
A abundância de percepções relacionadas às culturas africanas, indígenas e imigrantes, com suas relações de memória, sentimentos, tradições, crenças e possibilidades educativas, estendem-se aos mais diversos campos da sociedade. A comunicação de tais culturas, por vezes, seria assinalada com alguma subalternidade ao longo dos espaços educativos tradicionais, nos mais diversos locais de memória ou no próprio fluxo social diário. A contraposição ante a subserviência aplicada às práticas e representações culturais, a hierarquização dos capitais simbólicos, a consagração legitimadora aplicada aos patrimônios culturais concebidos como dádiva pelas elites dominantes, o exercício do poder simbólico feito visível sobre o campo educativo cultural e patrimonial levaria a exigência de um outro olhar sobre tais existências e representações. O patrimônio cultural, assim, longe das passividades cristalizadas, surge como agente simbólico do movimento humano que se entrecruza entre mundos sociais distintos, mas compartilhados, mundos em contínuo movimento. Assim sendo, o presente artigo é parte de um estudo maior, dedicado a analisar a presença afro-ameríndia em terras colonizadas por imigrantes europeus na região Nordeste do Rio Grande do Sul. Ambiciona-se, por meio do paradigma indiciário e dos pressupostos teóricos da história cultural, colaborar para que os capitais simbólicos e culturais de tais grupos sejam igualmente percebidos como relevantes em tal espaço, tradicional e pedagogicamente identificado como de imigração italiana.
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