Do Estádio-Nação ao Estádio-Museu
considerações sobre a mudança de status do Estádio Serra Dourada
Resumo
Conforme determinadas capitais brasileiras presenciavam um intenso processo de inchaço urbano na segunda metade do século XX, a Ditadura Militar e seus aliados civis perceberam que os logros alcançados pelo futebol brasileiro após as conquistas de três campeonatos mundiais em 1958, 1962 e 1970 poderia servir de suporte para consolidar uma identidade nacional em formulação desde 1964. Nesse sentido, a edificação de Estádios-Nação por essas cidades cumpria com o objetivo de marcar na paisagem urbana um símbolo de poder e um espaço social direcionado para as massas sob o escopo de um pensamento autoritário. Por fim, com o advento da Copa do Mundo de 2014 diversos exemplares desse período foram demolidos ou reconstruídos, fenômeno que não incidiu sobre o Estádio Serra Dourada atrelando a ele uma nova carga de sentido como sendo um Estádio-Museu, isto é, um espaço de reflexão acerca de sua historicidade, da história nacional e da história do futebol.
Referências
ARRAIS, Cristiano Alencar. Identidades Modernas do Plano Urbano de Goiânia. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 32, n. 2, p. 117-192, jul./dez. 2012. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/bgg/article/view/21084/12393. Acesso em: 06 jun. 2022.
BUARQUE DE HOLLANDA, Bernardo Borges. O fim do Estádio-Nação? Notas sobre a construção e a remodelagem do Maracanã para a Copa de 2014. In: ALFONSI, Daniela; CAMPOS, Flávio de (orgs.). Futebol: objeto das ciências humanas. São Paulo: Leya, 2014. p. 321-346.
CAMARGO, Aline, MOTA, Matheus André; RESENDE, Sandra Catharinne. Da Vila Redenção aos Condomínios Horizontais Fechados: Sprawl Urbano, especulação imobiliária e cidade-região na Região Sudeste de Goiânia. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA, 16., 2019, Vitória. Anais do XVI Simpósio Nacional de Geografia Urbana. v. 1. Vitória: UFES, 2019. p. 665 a 684. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/simpurb2019/article/view/26400. Acesso em: 09 jun. 2022.
CHAUL, Nasr Fayd. Goiânia: a capital do sertão. Revista UFG. Goiânia, 2009, p. 100 a 110. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48235/23591. Acesso em: 06 jun. 2022.
CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado: Iris Rezende – memória e política (1958-1982). 199 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2008.
ESPÍNDOLA, Carlos José; SCHATZ, Patrícia Volk. Jogos e Estratégias: o campeonato brasileiro de futebol na década de 1970 e a política de integração nacional. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 29, p. 302-324, 2016. DOI 10.12957/geouerj.2016.19444. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/view/19444/19569. Acesso em: 05 jun. 2022.
FERREIRA, Daniel Vinícius. História do Campeonato Brasileiro de Futebol (1971-1987): para além da narrativa da “modernização” do futebol brasileiro. Revista Hydra: Revista Discente de História da UNIFESP, São Paulo, v. 3, n. 5, p. 77-121. DOI https://doi.org/10.34024/hydra.2018.v3.9081. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/hydra/article/view/9081. Acesso em: 27 mai. 2022.
FORTES, Rafael; MALAIA, João Maniel Casquinha. ‘Brasil-grande, estádios gigantescos’: toponímia dos estádios públicos da ditadura civil-militar brasileira e os discursos de reconciliação, 1964-1985. Tempo, Niterói, v. 27, n. 1, p. 165-183, jan./abr. 2021. DOI 10.1590/TEM-1980-542X2021v270109. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tem/a/dxyZ4FpZVhkw6KB6sb7K4Tn/. Acesso em: 11 jun. 2022.
FRANCISCHINI, Sandro Luis Montanheiro. Campeonato brasileiro de futebol e a esportificação do futebol profissional (1971-1979). 144 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.
GUTERMAN, Marcos. O futebol explica o Brasil: uma história da maior expressão popular do país. São Paulo: Editora Contexto, 2010. 272 p.
MASCARENHAS, Gilmar de Jesus. O direito ao estádio. In: GUAZZELLI, Cesar Augusto Barcellos et al. (orgs.). À Sombra das chuteiras meridionais: uma História Social do futebol (e outras coisas...). Porto Alegre: Editora Fi, 2021. 640 p. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/230258/001131867.pdf?sequence=1#page=24. Acesso em: 09 jun. 2022.
MEDEIROS, Wilton de Araújo. Goiânia Metrópole: Sonho, Vigília e Despertar (1933/1973). 324 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
MOTTA, Aydano André. Maracanã: A saga do mais importante templo do futebol mundial, das obras de 1948 à reforma de 20123. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2013. 256 f.
SANTOS, Daniel de Araújo dos Santos. Futebol e Política: A criação do Campeonato Nacional de Clubes de Futebol. 148 f. Dissertação (Mestrado em História, Política e Bens Culturais) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2012
SARMENTO, Carlos Eduardo. A regra do jogo: uma história institucional da CBF. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. 176 f. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/6703/1669.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 11 jun. 2022.
SESC TV. Arquiteturas: Estádio Serra Dourada (GO). São Paulo: SESC TV, 2014. 1 vídeo (47 min). Disponível em: https://sesctv.org.br/programas-e-series/arquiteturas/?mediaId=c96811144515dd623cbd32a241cba044. Acesso em: 10 jun. 2022.
SOUZA, Maria Ester. Marco Regulatório urbanístico da cidade de Goiânia, Goiás. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 40, n. 1, p. 1-24, 2020.
STÉDILE, Miguel Enrique Almeida. Aqui sangraram pelos nossos pés: futebol, política e identidade nacional na Ditadura Militar (1974-1985). 244 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Caliandra
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
A Revista Caliandra utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.
