SAÚDE MENTAL FEMININA
SOFRIMENTO E CUIDADO DE MULHERES NEGRAS E ETHOS DAS RELIGIOSIDADES DE MATRIZES AFRICANAS
Abstract
As memórias de mulheres negras podem revelar suas estratégias para construírem possibilidades de existências e resistências tanto no campo da saúde mental, quanto no âmbito sociopolítico. Este texto traz um breve histórico sobre a trajetória da luta desde África ao Brasil, no tocante à reconfiguração das identidades a partir de três recortes: mulheres africanas (bantu; iorubas; jejes; por exemplo); a transformação feita pela colonização europeia em mulheres "negras escravizadas" (reificadas) no Brasil colônia e Império e, por fim, nos séculos XX e XXI: processos de ressignificação das identidades de mulheres negras, seja via ethos de matrizes africanas, seja pelas especificidades dos feminismos negros nas Américas, em especial no Brasil. Espaços sagrados e mitos femininos da cultura iorubá são tratados como referenciais para demonstrar que tais existências marcadas pelo impacto de vulnerabilidades, são reconstruídas no enfrentamento constante a tais adversidades. Comparamos as novas identidades negras femininas aos conceitos psicanalíticos "corpo objeto" e "corpo sujeito". As considerações
finais passam por referenciais outros que não unicamente aqueles embasados nas culturas e em modos de identificação somente eurocêntricos de sujeitos, seja nos campos da psicanálise, seja no âmbito sociopolítico.
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