Trabalho e pobreza em Baturité
usos e abusos dessa condição
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo propor uma reflexão em torno da temática do trabalho, livre principalmente, executado pelas camadas populares mais empobrecidas, na segunda metade do século XIX, na cidade de Baturité (CE). Este local vivenciou um período próspero, com a intensificação da produção cafeeira e demais obras levadas adiante pelo poder público. A reflexão centra-se em mostrar como a mão de obra desses trabalhadores foi utilizada, na agricultura e nas obras públicas, de forma controlada e submissa, tanto pelas elites locais, como pelas autoridades públicas. Para isso foram utilizados como fontes os jornais “A Ordem: Orgão Conservador” e “A Onda: Jornal Critico e Recreativo” produzidos no município na década de 1880, cuja quantidade de exemplares, disponíveis no site da Biblioteca Nacional, nos permitiu ter uma maior percepção sobre a realidade local; os manuscritos do botânico Freire Alemão, no qual consta anotações do cientista sobre a região; além de regulamentos oficiais. Em conjunto com essas fontes, foram utilizados algumas referências bibliográficas, relacionadas com
o tema e o período temporal abordado. Constatamos que o acesso à terra, os meios repressivos e a religião cristã foram alguns dos instrumentos utilizados para adequar e controlar o trabalhador ao tipo e as condições de serviço desejado.
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